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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ansiedade no planalto central

Do Ex-Blog do Cesar Maia (via email)

O relatório do Banco Central divulgado esta semana informando que o PIB brasileiro não cresceu neste início de ano (0,3% no primeiro bimestre em relação a 2011), numa forte curva descendente nos primeiros bimestres dos últimos 3 anos, estressou as medidas econômicas do governo para evitar o pior.

Novas medidas fiscais e aduaneiras para conter as importações foram adotadas. A inflação deixou de ser uma prioridade. A taxa de juros básica foi reduzida. Os bancos privados receberam forte pressão política para reduzir os juros. Os bancos estatais saíram na frente. O Banco Central se tornou mais agressivo em relação ao câmbio que se aproximou de 1,90. O gasto público continuou acelerando.
       
O impasse político com a elástica base parlamentar do governo se acentuou e a proximidade do julgamento do mensalão pelo STF aumentou a ansiedade. Se a CPI do Cachoeira-Delta foi precipitada pelo PT e Lula como forma de diluir o mensalão, o tiro saiu pela culatra, pois além de pegar o próprio PT no núcleo, ainda ampliou no limite a angústia da “base aliada”. E todos sabem que vem muito mais coisa e muito mais gente por aí.
       
O caminho adotado pela equipe Dilma é blindá-la contra o desgaste político geral e mostrar que ela não tem nada a ver com isso e aquilo e mantém a austeridade. Só que a explosiva expansão da Delta nos gastos federais ocorreu quando ela era a gestora ministerial desses recursos, a “dama de ferro”.
       
Mas isso não resolve a crise econômica e menos ainda a evidente crise política. A sensação que passa é de um governo inoperante, sem coordenação política, agindo de forma reativa em relação à economia. E isso sinaliza uma tendência de agravamento para os próximos meses.

Editado e publicado no Resende Afora.

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