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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Um diploma que não faz falta

Cláudio Lessa, no Direto da Redação

É tanto assunto esta semana... Começo com o (fim do) diploma de jornalismo, profissão agora equiparada no STF à de cozinheiro. Nada contra cozinheiros e cozinheiras, e tudo contra o diploma, que já foi tarde. Sim, eu tenho um diploma da UnB. Mas ele não me faz falta.

Eu aprendi sobre jornalismo, técnicas de redação, edição, apresentação, televisão e disciplina profissional dentro da TV Globo de Brasília. Entrei lá sem ter cursado um semestre letivo de um curso superior. O que me colocou lá dentro foi o embasamento conseguido antes - primário, ginásio, científico. Foi o prazer de ler, a vontade de escrever, a curiosidade natural que sempre demonstrei a respeito de tudo.

O que eu queria mesmo era ser engenheiro, para montar meus carros de corrida sozinho (e, pensando em retrospecto, construir uma biografia menos inglória do que a de Rubinho Barrichinho Pé-de-Chinello). Não deu. Os números sempre me atrapalharam. Eu lidava melhor com as letras. Reconheço: venceu a "Lei do Menor Esforço."

O diploma de jornalista, aliás, sempre me pareceu apenas um complemento para quem, numa outra profissão de nível superior, quisesse compartilhar seus conhecimentos com o público - e, para isso, pudesse recorrer a técnicas específicas que facilitassem sua comunicação com a platéia.

Na ditadura, no entanto, a sede de controle era grande, daí a exigência do diploma, do registro profissional, de todo um esquema cartorialista lusitano que teima em não nos abandonar.

Sobre o autor: Âncora, repórter e editor. Trabalhou na Rede Globo, Radiobrás, Voz da América, Rede Manchete, Rádio JB e CBS Brasil. Foi correspondente na Casa Branca durante vários anos. Vive e trabalha atualmente em Brasília.

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