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sábado, 23 de maio de 2009

Se eu fosse o prefeito de Resende

Vai dizer que você nunca pensou nisso? Ser o prefeito da sua cidade, o governador do seu Estado, o presidente da República, o síndico do seu prédio, o técnico do seu time? Todo mundo pensa nisso de vez em quando. Principalmente quando as coisas não vão bem. Aí é um tal de "se fosse eu, não aconteceria isso; se fosse comigo, faria assim e não assim", etc, etc. Pois muito bem: hoje eu acordei pensando no que eu faria se fosse o prefeito de Resende.

Em primeiro lugar, reservaria uma tarde ou uma manhã da semana (sábado à tarde ou domingo de manhã) para dar uma volta de carro pela cidade. Me concentraria, à cada saída, em uma região. Por exemplo: região central (Centro, Campos Elíseos, Bairro Comercial, etc), "Grande Manejo" (incluindo a Vila Julieta, Liberdade, Nova Liberdade, etc), Grande Alegria (com Itapuca, Jardim Primavera, etc) e por aí afora.

Nesses passeios a trabalho, eu fotografaria tudo o que encontrasse de errado pelo caminho, desde buracos nas ruas até pixações em prédios públicos, passando por lixo nas calçadas e placas de trânsito danificadas. Na busca de soluções rápidas, as manhãs de segunda-feira seriam dedicadas a discutir os problemas fotografados com os responsáveis por cada setor - secretário de obras, fiscal de ruas, etc.

Durante essas reuniões de segunda, eu-prefeito daria sempre ordens do tipo "Fulano, envie - hoje mesmo - uma equipe para tapar buracos nas ruas tais e tais" ou "Sicrano, encomende - agora mesmo - novas placas de sinalização para as esquinas tais e tais". Afinal, se técnico manda e desmanda no seu time, porque prefeito não pode fazer o mesmo com a sua equipe? "Ah, prefeito, mas os meus homens estão ocupados com outra tarefa..." Responderia: "Se vire, secretário! Até o final da semana quero este problema resolvido." Reunião encerrada.

A urgência e a determinação para resolver os pequenos problemas da cidade, serviriam também como estímulo para as grandes reformas, aquelas que os funcionários públicos cansam só de ouvir falar. Quando o básico está resolvido, fica mais fácil encarar os desafios, tenham eles o tamanho que tiverem. Como, por exemplo, mudar todo o trânsito do centro da cidade para acabar com os engarrafamentos.

Nesse ponto, considero o projeto do novo trânsito de Resende (que já mostrei aqui no RA) maravilhoso em todos os aspectos. Mas quando constatamos que em mais de 100 dias de governo quase nada foi feito para sanar antigos pequenos problemas da cidade, como lixo, buracos e sinalização, fica difícil imaginar que, algum dia, poderemos viver na Resende dos sonhos idealizada pelo atual secretário de obras Ton Kneip. Agora, mudo o título deste post para:

Se eu fosse Ton Kneip

Como secretário de obras, me dedicaria a uma rua de cada vez, começando pelas principais. A primeira seria a avenida Dorival Marcondes Godoy, única entrada e saída (enquanto não se resolve o eterno imbróglio do Acesso Oeste) de Resende. Trocaria todo o asfalto (trabalho bem feito, pessoal! - igual ao da Nova Dutra), os postes de iluminação (com fiação subterrânea), capricharia na sinalização, no canteiro central e nos meio-fios das calçadas.

Depois, seria a vez da avenida Nova Resende, em Campos Elíseos. Se a intenção é transformá-la numa pista única, sentido Centro (passando pela ponte Miguel Couto Filho), então vamos deixá-la pronta para receber o novo trânsito, com asfalto (que a coitada nunca viu) e iluminação de primeira qualidade.

A próxima rua a ser reformada seria a Gulhot Rodrigues - que, de acordo com o projeto da prefeitura, também vai mudar o sentido - e, assim, de rua em rua, eu faria a minha revolução no trânsito de Resende. Não iria passar meses (talvez anos) esperando a captação de uma verba milionária (que pode nem acontecer) para só depois iniciar a minha grande obra.

Acontece que o povo quer mesmo é ver a prefeitura trabalhando e não perdida em infindáveis reuniões que, na maioria das vezes, levam a lugar nenhum. Quer é ver as calçadas limpas, as ruas sem buracos, as faixas de pedestres pintadas em todos os cruzamentos, os guardas fiscalizando e desatando os nós do trânsito, desde a manhã até a noite.

É por essa e por outras - segurança, saúde, educação, saneamento, etc - que todo prefeito deveria dedicar-se à sua cidade 24 horas por dia, assim como os médicos, que não podem descuidar dos seus pacientes. Agora, quando o prefeito também é médico, quem recebe mais atenção, o paciente ou o cidadão? Abusando da rima, cartas para a redação.

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2 Comments:

At 27/5/09 14:56, Anonymous Anônimo said...

Olhe, Otacílio,você está completamente correto nas suas divagações, mas você é povo e povo não costuma ter razão, pois só serve para pagar IPTU e os demais impostos e taxas (que costumam ser demais, mesmo). Entretanto (há sempre um entretanto) você pode acalentar seus sonhos com a finalidade de torna-los realidade. Afinal, você, mineiro Araxaense de nascimento, depositou toda sua fé e coração em Resende (terra de seus filhos, raizes que você criou nessa nossa bela Cidade). Por que, sendo o represendante dela em seu excelente blog, não poderia ser o seu Prefeito? Pense nisso! Se você precisar de ajuda, informe-me e eu me mudarei para Resende, com "mala e cuia", com o propósito de ajudar você. Tá?
Abração,
Acácio.

 
At 29/5/09 12:09, Blogger Otacílio Rodrigues said...

Grande Mestre! Infelizmente - ou felizmente - eu não levo o mínimo jeito para a política. Fico muito mais à vontade no papel de fiscalizar, fotografar e denunciar as mazelas da nossa querida (e tão maltrada) Resende. A minha esperança é que, algum dia, eu sinta orgulho de viver aqui, sinta orgulho de ter abandonado o Rio para criar meus filhos numa cidade tranquila e amigável (como sempre foi), mas também bonita e bem cuidada. Enquanto isso não acontece, continuarei publicando essas tristes imagens.
Grande abraço!

 

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