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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O menino que vende livros

Na revista Época desta semana, uma matéria com Markus Zusak, autor do best-seller "A menina que roubava livros", que só no Brasil já vendeu 270 mil exemplares. Ainda não li o livro - para ser sincero, muito provavelmente não o lerei, tão ocupado estou com o grande Bukowski -, mas a matéria é interessante, como é toda aquela que fala do duro ofício de escrever. Nesta, quem faz as perguntas da (longa) entrevista são os leitores, todos identificados pelo nome e local de origem. Achei legal. Espero que vocês também achem.

A partir de que momento em sua vida o senhor teve interesse em escrever livros? (João Felipe Cândido da Silva, Salto, SP)

Markus Zusak
– Eu quis ser um escritor quando tinha 16 anos e li os livros certos para mim. Foi por causa daquele sentimento de ir virando páginas sem sequer perceber, tão imerso eu ficava no mundo de cada livro. Foi nessa época que tirei os olhos das páginas e pensei: "É isso que eu quero fazer da minha vida". Decidi que seria um escritor e nada iria me impedir.

Qual é a maior virtude de um escritor e quais os maiores problemas para escrever um livro? (Magno Dias, São Paulo, SP)

Zusak
– A mais importante virtude para um escritor é que ele não deve ter medo de falhar. Eu falho todos os dias. Falhei milhares de vezes escrevendo A Menina Que Roubava Livros, e esse livro agora significa tudo para mim. Claro, também tive muitas dúvidas e medos sobre o livro. Mas as melhores idéias nele vieram para mim quando estava trabalhando já por algum tempo sem, aparentemente, nenhum resultado. Falhas têm sido meus melhores amigos como escritor. Elas o testam para que você descubra se tem o que é preciso para ver além.

De onde vem tamanha criatividade? O senhor lia muito quando era criança, ouvia muitas histórias? (Carolina Sperandio de Almeida, Tatuí, SP)

Zusak
– Meus pais não falavam inglês quando vieram para a Austrália e, por isso, foi muito importante para eles que seus filhos tivessem bom domínio da língua. Nós sempre estávamos cercados por livros, sempre lendo. Também acho que meu amor por escrever e por histórias vem das que eles contavam sobre a própria infância na Alemanha e na Áustria.

Qual é a melhor maneira de relacionar os pontos mais importantes de uma história? Também escrevo e acho difícil a construção de começo, meio e fim, pois tudo precisa estar muito bem relacionado. (Josie Lima, Nova Iguaçu, RJ)

Zusak
– Para mim, é como construir uma parede de tijolos. Escrevo do começo do livro para o final. Isso pode soar óbvio, mas o que quero dizer é que nunca escrevo fora da seqüência. E a razão simplesmente é que, quando escrevo o próximo momento importante, preciso sentir como se eu tivesse feito tudo junto com os personagens até chegar àquele ponto. Dessa forma, posso sentir exatamente o que eles sentiram. Quando você escreve uma história ou o primeiro capítulo, você esquece alguns tijolos em certos lugares e muitos tijolos em outros. Para conectar a maioria das partes do livro, você tem de ter certeza de que tudo está no lugar certo até aquele ponto.

Para ler toda a entrevista, clique aqui.

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