Horror Nacional
Falar mais o quê? Analisar mais o quê? Esclarecer mais o quê? Perguntar mais o quê? Tudo já foi dito nesses nove longos meses aqui no RA e em todos os blogs, jornais e revistas do país e do mundo. À imprensa só resta repetir as mesmas palavras, as mesmas matérias, as mesmas cenas. No Jornal Nacional - que deu agora para puxar o saco do Lula (será por medo de que ele imite o Chávez e comece a fechar emissoras de televisão?) -, a repórter Zileide Silva emposta a voz para dizer que o presidente exigiu medidas duras (ui!) da Aeronáutica para acabar com a crise.
Muito bem, Zileide. Mas não foi exatamente isso o que o seu grande presidente disse três meses atrás, quando cobrou dia e hora para a resolução do problema? Pois é. Logo em seguida aparece o ministro Sato discursando em traje de gala à frente de um cenário de bandeiras multicores (digno de filme sobre ditaduras terceiro-mundistas). Suas palavras? As mesmas de três meses atrás, só que, dessa vez, ele pôde anunciar uma punição "exemplar" aos supostos chefes da rebelião: a transferência sumária para o controle de vôo de aviões militares! Seria cômico se não fosse trágico.
O restante do HN (Horror Nacional) foi dedicado, em grande parte, ao Rei do Gado, o quase ex-senador Renan Calheiros e, também, à corja de suplentes (os "sem-votos") que, aos poucos, vai dominando o Congresso. Como se não bastassem os bandidos eleitos, agora temos de engolir também gente da estirpe de um Sibá Machado ou de um Wellington Salgado dizendo aos repórteres (pobres repórteres!) o que é melhor para o Brasil (pobre Brasil!!) na atual conjuntura.
No final, o correspondente em Washington fecha a matéria lembrando que nos EUA não existem suplentes: quando um congressista morre, realiza-se uma nova eleição para o seu substituto. Ou seja, na gloriosa América não existe "sem-voto". Também não existe "sem-vôo", "sem-terra" e, muito menos, "sem-governo". Ainda que seja o Bush.
3 Comments:
Oi, Otacílio.
Continúo concordando com o RA por inteiro em suas referências nacionais, com sua explícita sabedoria, prudência e conhecimento. Em gênero, número e caso. Infelizmente, enquanto nosso Congresso estiver agindo corporativamente, jamais teremos tranqüilidade neste nosso grande Brasil.
Abração.
Isso, isso, Grande Mestre! Como já disse, nosso único consolo é a imprensa (ou parte dela) que luta incansavelmente para furar esse corporativismo, desmascarando bandidos com imundidade (juro que ia escrever imunidade!) e contribuindo, assim, para transferir compulsoriamente uns e outros da vida pública para a privada (literalmente).
Grande abraço.
Isso, Isso, Otacílio.
Infelizmente. é isso messssmo.
Deus ajude que aconteça, amém.
Abração.
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