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domingo, 24 de junho de 2007

'Homem é mesmo muito besta!'

Mulher de Renan Calheiros diz que marido foi vítima

Trecho de matéria publicada hoje no Estadão:

Três relatores, 12 horas de debates e 15 representantes de 7 partidos não foram suficientes na semana passada para desempatar as dúvidas que rondam o Conselho de Ética do Senado sobre o decoro parlamentar do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em compensação, o decoro conjugal do senador produziu comentários animados entre os parlamentares. Da casa oficial onde mora em Brasília, a mulher de Renan, Maria Verônica Calheiros, observou a espiral política que paralisou a pauta do Congresso Nacional e reduziu tudo em uma notável reflexão doméstica: “Não sei como meu marido caiu nessa... Homem é mesmo muito besta!

Verônica Calheiros é uma mulher de 43 anos. Fala com um timbre de voz infantil e prefere frases longas. Fez faculdade de Artes Plásticas, é evangélica e gosta de cuidar de suas mais de mil matrizes de orquídeas. Integra a crise no papel da esposa que perdoou uma retumbante traição do marido - uma espécie de Hillary Clinton tropicalizada. “Escolhi lutar pela minha família e faço o que for preciso para isso”, disse ela ao Estado, em conversa por telefone.

Há quem diga no Congresso que Verônica defende o marido publicamente para ajudá-lo a tirar o foco do escândalo político e transformá-lo em mero bafafá extraconjugal. Ela afirma que simplesmente enxerga o caso de alcova que abalou o Congresso como uma daquelas tentações que rondam o poder em Brasília. "Renan foi a maior vítima nisso tudo. Ele e a criança. Ele, claro, também tem culpa, porque todo ser humano é falho. Mas todos sabem que existe um assédio em cima dos representantes do poder. Fiquei surpresa por ele ter caído..."

Na semana em que Mônica Veloso mandou seu advogado contar no Senado como Renan Calheiros lhe mandava dinheiro vivo por meio do representante de uma construtora que toca obras públicas, a primeira-dama Verônica Calheiros seguiu sua rotina de ginástica e orquidários, mas continuou a defender a tese de que seu marido “pode até ter sido ingênuo”, mas foi vítima de uma mulher capaz de usar o poder do útero contra a República.

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