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domingo, 24 de junho de 2007

Guido Salim Mantega Maluf

Clóvis Rossi, em Genebra, na Folha Online

De tanto correr velozmente para a direita, o lulo-petismo acabou marcando encontro com o malufismo. Se alguém se lembra, Paulo Salim Maluf foi o primeiro a lançar a tese do "estupra, mas não mata". Marta Suplicy correu atrás e cunhou sua versão reduzida e "light" da frase, o tal "relaxe e goze". Como todo mundo deve lembrar, a frase original é "se o estupro é inevitável, relaxe e goze". O desprezo ao público é idêntico. Agora vem Guido Mantega, o ministro da Fazenda, com sua própria teoria sobre o caos nos aeroportos.

"É a prosperidade do país, mais gente viajando, mais aviões nas rotas", viaja Mantega.

Paulo Salim Maluf, quando era prefeito, também criou a sua própria teoria do caos como fruto da prosperidade. Comentando os congestionamentos nas ruas de São Paulo (não em seus aeroportos), disse que era fruto do progresso, de mais gente ter carro. Mantega começa por passar distraidamente por cima do fato de que não há mais aviões nas rotas. Há menos, a partir do momento em que a Varig entrou em colapso e cortou várias rotas.

Depois, Mantega também passa distraidamente por cima do fato de que a prosperidade da China, para não falar da dezena de países que crescem bem mais que o Brasil, não causa congestionamentos nos aeroportos, pelo menos não no patamar indecente em que ocorrem no pobre país tropical.

Por fim, o ministro poderia, antes de falar bobagens, entender-se com seu chefe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem a culpa da crise não é da prosperidade, mas do boicote dos controladores. Se se entendessem, talvez o distinto público tivesse o alívio de saber que as autoridades ao menos sabem o que de fato está acontecendo. Já esperar que, sabendo, resolvam o problema seria realmente pedir demais.

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