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sábado, 22 de abril de 2006

Espírito esportivo

Crônica de Nelson Motta (via e-mail)

Graças a Deus está chegando a Copa do Mundo e por algum tempo nos livraremos do bate-boca político que vem ocupando todos os espaços desde que Roberto Jefferson rolou a bola. Pelo menos estaremos discutindo craques de verdade, homens de talento e competência, que dão emoção e alegria ao povo - e não mensaleiros e bandidos travestidos de políticos.

Não é por acaso que o futebol é o tema favorito das metáforas de Lula. Nos últimos tempos, a discussão política passou a ser mais passional, fanática e grosseira do que a futebolística.

No Brasil, tanto no futebol como na política, a preferência nacional é ofender o vencedor e culpar o juiz, sem jamais reconhecer as qualidades do adversário. Não se vê o jogo, só se vê o seu time, o único objetivo é a vitória a qualquer preço, até em impedimento e com gol roubado.

Na política é igual, só que o futebol é um esporte e uma diversão, e gol roubado na política é o dinheiro público, a desmoralização das instituições e o atraso do país.

Os militantes partidários estão cada vez mais parecidos com torcidas organizadas, gritando slogans, intimidando e ameaçando os adversários, cegos de fanatismo e de rancor, dispostos a ganhar na força e no grito, ansiosos para descontar nos adversários as suas frustrações e ressentimentos. Para eles, o time é como uma organização criminosa.

No futebol, uma vitória brilhante do adversário pode ser aplaudida de pé, como fez a torcida do Real Madrid com o Barcelona. Na discussão política brasileira é impossível ouvir um tucano reconhecendo alguns gols indiscutíveis do governo Lula. Assim como nunca um petista admitirá que o governo FHC modernizou o país e as instituições. Como se os dois governos não fossem tão parecidos em seus acertos e até nos seus erros. Um jogo estúpido em que todos perdem.

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