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sábado, 11 de março de 2006

Adene igual Sudene

Do site Contas Abertas

Responsável por administrar quase R$ 1 bilhão de recursos para promover a economia nordestina, a Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene) não conseguiu aplicar nem um centavo do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE). No entanto, a autarquia criada para substituir a antiga Sudene, registrou um crescimento expressivo nos últimos quatro anos dos seus gastos com pessoal e despesas correntes.

Segundo os dados do Sistema de Administração Financeira do governo federal (Siafi), dos R$ 12,6 milhões investidos na agência no ano passado, R$ 9,2 milhões foram utilizados no pagamento de funcionários e manutenção do órgão. Desde 2003, essa parte do orçamento da Adene aumentou cerca de 120%.

Com os aumentos, as despesas burocráticas da Adene correspondem a cerca de 61% do que gastava a extinta Sudene em 2001, que abrigava quase 800 funcionários contra os atuais 160 da agência. Em 2002, ano de criação da Adene, a rubrica orçamentária "apoio administrativo" não passou dos R$ 770 mil. Já em 2003, o Governo Lula avisou que a agência sairia de cena com a recriação da Sudene, cujo projeto de lei foi enviado ao Congresso Nacional. Mesmo assim, os gastos com apoio administrativo aumentaram, passando para R$ 4,2 milhões. Em 2004, essas despesas subiram para R$ 5,8 milhões até atingirem R$ 8,8 milhões no ano passado.

E o gasto com pessoal é que explica o aumento das despesas administrativas. No início do Governo Lula, a Adene gastou R$ 1,4 milhões com pessoal e encargos sociais. Em 2004, essa despesa subiu para R$ 2,5 milhões. Já em 2005, a conta mais do que dobrou e chegou aos R$ 5,7 milhões.

No ano passado, os diretores da agência decidiram desembolsar cerca de R$ 621 mil só com a reforma do edifício-sede em Recife, valor próximo ao investido no programa de desenvolvimento integrado e sustentável do Semi-Árido que atende nove estados. A reforma corresponde ainda a cinco vezes o que foi dispendido com o desenvolvimento da maricultura – criação de animais e plantas marinhas - e com a organização produtiva de comunidades pobres do Nordeste.

Pitaco do RA: Entra ano, sai ano, entra década, sai década, entra século, sai século e a situação do Nordeste continua a mesma: o povo cada vez mais pobre e os políticos cada vez mais ricos. E pensar que o Lula deverá se reeleger graças ao apoio maciço de seus conterrâneos que ainda acreditam que um presidente nordestino, vindo do povo e fundador de um partido de trabalhadores, possa mudar o rumo do seu cruel e secular destino! O exemplo da Adene - e o escândalo do mensalão - provam que só essas credenciais não bastam para promover mudanças. Para transformar o Nordeste - e, por tabela, todo o país - é preciso, antes de mais nada, coragem para enfrentar os poderosos. E Lula, com as alianças que fez (e continua fazendo) para governar, está cada vez mais distante desse objetivo. Cá pra nós (e que ninguém nos ouça), hoje o presidente está muito mais para ACM do que para Roberto Freire. Grande Lula!!

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1 Comments:

At 12/3/06 10:15, Anonymous Anônimo said...

Oi, Otacílio,
...sai ano, entra ano, sai século, entra século... e a vida, no Brasil, continúa a mesma. Esdperança em dima de esperança e o brasileiro cada vez mais pobre e os políticos cada vez mais ricos, como bem disse você.
Isso, isso, isso...

 

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