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Resende amanheceu ontem (quarta-feira) sob um temporal que assustou quem estava saindo de casa para o trabalho ou para a escola. Pouco antes das 7 horas, uma enorme nuvem negra surgiu sobre a cidade, acionando os sensores das lâmpadas dos postes e fazendo com que muitos imaginassem ser ainda madrugada. Às sete em ponto, a chuva - acompanhada de forte ventania - desabou sobre as desprotegidas cabeças de quem cruzava pontes, ruas e avenidas.
Pela Internet, fomos informados do caos em São Paulo provocado pela maior tempestade dos últimos 60 anos. E os números resumem a tragédia: 117 pontos de alagamentos na capital, 177 linhas de ônibus praticamente paralisadas, incalculáveis danos materiais (veículos submersos, casas invadidas pelas águas, parte da cidade de Indaiatuba destruída por um tornado) e, o pior, seis pessoas mortas em todo o Estado.
Graças aos céus (literalmente), a chuva que nos atingiu durou menos de meia hora, o tempo da rápida passagem da frente fria vinda de São Paulo em direção ao Rio de Janeiro. Como conseqüência - além da correria de colegiais e trabalhadores -, só a queda da temperatura, que permanece ainda hoje, embora o sol já esteja brilhando lá fora. Sorte de quem se atreveu a desafiar o tempo e está agora curtindo este feriado com jeito de inverno em Penedo, em Mauá ou, até mesmo, em São Paulo.
Sucesso absoluto a apresentação do violonista Turíbio Santos na AEDB, quarta-feira passada. Auditório lotado, amigos se encontrando, gente alegre e bonita, uma noite como há muito não acontecia na cidade.
Chego mais cedo para conversar com o mestre e fazer umas fotos durante a passagem de som. Sobre o programa do concerto, ele me diz que não costuma planejar nada com antecedência mas, com certeza, deverá tocar obras de João Pernambuco, Dilermando Reis e Chiquinha Gonzaga.
Nenhum clássico? "Olha, posso até encaixar algum Bach no meio dos brasileiros, é bem possível, vamos ver!" Chega uma jovem estudante de violão pedindo conselhos ao ídolo que, pacientemente, orienta sobre os caminhos a seguir. Em seguida, pega o violão e toca trechos de conhecidos chorinhos, enquanto eu fotografo a cena iluminada por refletores coloridos.
Oito horas em ponto e o auditório ainda praticamente vazio. Pouco a pouco, no entanto, as pessoas vão entrando, escolhendo os melhores lugares, colocando o papo em dia. Vinte minutos depois, com a casa cheia, Turíbio dá início aos trabalhos tocando - emendadas - Asa Branca, Assum Preto e Baião, clássicos de Luiz Gonzaga.
A partir daí, tivemos uma verdadeira aula de violão brasileiro, ilustrada com breves comentários sobre as músicas e seus compositores. O próximo foi João Pernambuco, relembrado com Jongo, Graúna e a conhecidíssima Sons de Carrilhões. Depois, uma suíte de Chiquinha Gonzaga, formada por Gaúcho, Atraente e Ô Abre Alas.
Chega a hora de apresentar o grande mestre, Heitor Villa-Lobos, de quem Turíbio gravou toda a obra composta para violão. Ele chama a atenção para algumas semelhanças entre a música de Bach e a de Villa, que vão muito além das célebres Bachianas. Para exemplificar, Turíbio emenda o Prelúdio em Ré Menor, de Bach, com o Estudo Nº 1, de Villa-Lobos. O auditório quase vem abaixo numa demorada ovação.
Encerrando o concerto - breve mas intenso -, uma inesperada e arrebatadora execução de A Ema Gemeu, de Jackson do Pandeiro. O violonista deixa o palco, todos aplaudindo de pé, para voltar logo depois com a belíssima Tempo de Criança, de Dilermando Reis. Um bis perfeito para uma noite que ficará na memória daqueles que quiseram ver (e ouvir) de perto a grande arte de Turíbio Santos.
Parabéns aos Diretórios Acadêmicos da AEDB pela brilhante iniciativa e que venham outros grandes nomes da música brasileira (uma sugestão: Jards Macalé, que está sempre por aqui e é uma lenda viva da MPB). Público, pelo visto, é o que não falta.
Um bom programa para quem gosta de música de alto nível é o Festival de Corais de Resende, que acontecerá amanhã no espaçoso e confortável cinema da Aman. Diversos corais da cidade confirmaram a presença, entre eles, o Vozes das Agulhas Negras, o Confiar, o Pestalozzi e o Anjos da Guardian, este último formado - ano passado - na fábrica de vidros sediada em Porto Real.
De acordo com a idealizadora do Anjos da Guardian (excelente nome, por sinal), Ana Paula Gonçalves (responsável por Segurança no Trabalho), o coral surgiu de um desafio que ela propôs aos colegas na preparação da SIPAT 2004, que aconteceu exatamente um ano atrás. Seriam eles capazes de formar um coral e se apresentarem no evento?
A resposta foi altamente positiva. Com o auxílio luxuoso da pianista e maestrina Alile Cuoco, o grupo de 15 coralistas (seis mulheres e nove homens) ensaiou um repertório de pérolas da música brasileira (canções de Noel Rosa e Dorival Caymmi, entre outras), intercaladas com spirituals e standards da música americana.
Hoje, o Anjos da Guardian, que já tem oito apresentações internas no currículo, se prepara para a seu primeiro desafio fora dos portões da fábrica. Com toda a certeza, será um vôo suave e tranqüilo. O festival começa às 17 horas, com entrada franca. Imperdível!
Um dia depois da batida na entrada da cidade (que, felizmente, só gerou danos materiais), um acidente grave aconteceu à beira do rio Paraíba do Sul, nas proximidades do Resende Shopping. Pelas informações já veiculadas na imprensa, um Vectra conduzido por um tenente do exército caiu de costas no rio, depois de desviar de uma mulher que caminhava na rua e atropelar outra que estava na calçada (ou o que deveria ser uma calçada) ao lado do rio. Muitos curiosos, trânsito interrompido no local por mais de duas horas e o motorista salvo por transeuntes e pela providencial chegada dos bombeiros. Saldo: um carro destruído, a mulher atropelada internada no Hospital de Emergência e o tenente, em estado mais grave, no CTI do Samer. Não estaria na hora de se pensar em construir uma calçada desde a saída da Ponte Velha até o início da pista de caminhada, na altura do Detran? Este é o trajeto que centenas de adeptos do jogging fazem todos os dias, disputando espaço com os carros pela ausência absoluta de um lugar seguro para caminhar, arriscando as próprias vidas e as dos motoristas que, como acabamos de ver, muitas vezes não têm para onde escapar.
Um dos problemas mais sérios de Resende, todos sabem, é o trânsito. O rápido crescimento da cidade nos últimos anos, graças à industrialização, fez com que a quantidade de carros nas ruas aumentasse em proporção alarmante. Basta percorrer a Ponte Miguel Couto Filho ou a Rua Sebastião José Rodrigues (em Campos Elíseos) ou atravessar o Túnel da Aman nos horários de pico (entre 12 e 13 horas e entre 17 e 18 horas) para sentir na pele a desconfortável sensação de estar preso em algum dos lugares mais movimentados do Rio ou de São Paulo. Mas o que mais preocupa (motoristas, pedestres e ciclistas) é a ausência de uma sinalização preventiva nos pontos onde a improvisação dos engenheiros de tráfego, ao longo dos anos, tornou impossível saber quem tem razão no caso de um acidente. Exemplos: se um carro que sai da Ponte Tácito Vianna Rodrigues em direção à Rodoviária Augusto de Carvalho bate em outro que está contornando a rotatória, também em direção à Rodoviária, quem paga a conta? O primeiro pode alegar a seu favor que os que saem de uma ponte têm preferência, enquanto que o segundo defenderá com unhas e dentes (às vezes, literalmente) a sua privilegiada posição na rotatória; outro exemplo é o cruzamento da Rua Gulhot Rodrigues com a Avenida Albino de Almeida, na esquina do Bradesco. Quem tem a preferência? Essa resposta é simples: o mais corajoso! Em ambos os casos, uma placa indicativa (Pare ou Via Preferencial) resolveria o problema, evitando a ocorrência de muitos acidentes. Como o que aconteceu terça-feira passada (03/05) na entrada da cidade, no bairro Paraíso. Neste ponto, os carros que vêm da Dutra entram direto na Avenida Dr. Jefferson Geraldo Bruno, como se não houvesse trânsito de veículos por ali. No entanto, esta é uma via de mão dupla e quem vem do novo Best Western Resende Hotel (ou da Rádio Real FM) teoricamente tem preferência sobre os veículos que surgem na agulha de acesso à cidade. Mas, como parar o trânsito que sai em alta velocidade da rodovia? Questão complicada, principalmente para quem se depara com um carro que parece vir na contramão, pisa no freio e é abalroado (êta palavrinha feia!) por um ônibus que passa por ali todos os dias e nunca pára na certeza absoluta da preferência. Ou da impunidade.
É, parece que resolveram o problema da recém-inaugurada iluminação artística da Ponte Velha da maneira mais simples: desligaram os holofotes vermelhos! Será que todo o trabalho de instalação da fiação elétrica (que passa por canos fixados no alto das grades) foi perdido? Não veremos mais a discreta iluminação artística? Pior que eu não consegui fazer uma única foto noturna da ponte em vermelho. É que desde a primeira noite de funcionamento já havia holofotes apagados aqui e ali. Fiquei esperando substituírem as lâmpadas queimadas (a cada noite mais numerosas) e perdi a foto! Mas, para não dizer que não fiz nada, que tal esta sem as luzes vermelhas mas com o céu iluminado pelo clarão de um raio em uma noite de tempestade?